Em reunião na Governadoria ocorrida na manhã desta quinta-feira, os líderes dos policiais militares em greve na Bahia declararam o fim da greve que durou três dias. Não foi uma decisão altruísta.
Na madrugada na última terça-feira, atendendo a requerimento do Ministério Público Estadual, a Justiça baiana decretou a ilegalidade da greve e determinou o retorno imediato dos policiais ao trabalho, sob pena de multa diária de 50 mil reais por dia. Nesta quarta-feira, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), sediado em Brasília, atendendo a pedido do Ministério Público Federal, concedeu também liminar determinando a imediata paralisação da greve da Polícia Militar na Bahia, sob pena de pagamento de multa diária de 1,4 milhões de reais, além de ter determinado o bloqueio de bens de Marco Prisco, das associações envolvidas no movimento paredista e de seus dirigentes. O bloqueio de bens visa garantir o ressarcimento dos prejuízos causados aos cofres públicos, a exemplo do uso da Força Nacional de Segurança Pública para o estado.
Segundo a decisão, a multa deverá ser paga pelos 14 réus da ação ajuizada pelo MPF/BA, que tiveram seus bens bloqueados: Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares no Estado da Bahia (Aspra), Associação de Praças da Polícia Militar da Bahia (APPM/BA), Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia (AOPM/BA - Força Invicta), Associação dos Oficiais Auxiliares da Polícia Militar do Estado da Bahia (AOAPM/BA), Associação dos Subtenentes, Sargentos e Oficiais da Polícia Militar Da Bahia - (ABSSO/BA), Associação dos Bombeiros Militares da Bahia (Associação Dois de Julho/Ba), Marco Prisco Caldas Machado, vereador e Diretor-Geral da Aspra/BA, Jackson da Silva Carvalho, presidente da ABSSO/BA, Agnaldo Pinto de Sousa, presidente da APPM/BA, Edmilson Tavares Santos, presidente da AOPM/BA - Força Invicta, José Alberto da Silva, diretor financeiro da AOAPM/BA, Nelzito Coelho Oliveira Filho, presidente da Associação Dois de Julho/BA, Ubiracy Vieirados Santos, presidente da AOAPM/BA e Paulo Sérgio Simões Ribeiro, diretor financeiro da AOPM/BA - Força Invicta.
O enfraquecimento do movimento não decorreu apenas de decisões judiciais. A ampla repulsa da população à greve também enfraqueceu o apoio político à paralisação. Nestes três dias, segundo a Secretaria de Segurança Pública, foram registrados 23 assassinatos e diversos saques a supermercados e estabelecimentos comerciais. Três policiais também foram vítimas de homicídio. A greve deixou restaurantes e terminais de ônibus vazios durante a noite de quarta-feira.
Oito mil homens da Força Nacional e do Exército foram convocados. A despesa prevista para a manutenção da força e do Exército no Estado alcança o valor um milhão e meio de reais por dia, um dos fundamentos da decisão cautelar da Justiça Federal.
Desta vez o Governo do Estado recusou a proposta de anistia, considerando a matéria inegociável.
A decisão dos líderes do movimento, tomada nesta manhã, deverá ainda ser ratificada em Assembleia, que ocorre neste momento.
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