O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná denunciou hoje (15) à Justiça Federal em Curitiba mais quatro investigados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, pelos crimes de corrupção, lavagem de capitais e crime contra o sistema financeiro nacional. Na ação, os procuradores pedem o ressarcimento de R$ 296 milhões.
Entre os denunciados estão o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, o empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e Júlio Gerin de Almeida Camargo, diretor da Toyo Setal, um dos delatores do esquema de corrupção.
Na denúncia, o Ministério Público relata duas ocasiões em que Cerveró, Soares e Júlio Camargo acertaram o pagamento de propina em contratos com a Petrobras.
Na primeira, o MPF afirma que houve pagamento de US$ 15 milhões, em 2008, para que a Petrobras contratasse um navio-sonda para ser utilizado na perfuração de petróleo em águas profundas na África. O valor do contrato era de US$ 586 milhões.
Segundo a denúncia, após a confirmação de que a propina seria paga, Nestor Cerveró atuou para fechar o negócio com o estaleiro Samsung Heavy. Após o acerto, Fernando Soares recebeu os valores indevidos e repassou parte para Cerveró, diz o documento enviado à Justiça.
Em 2009, os procuradores afirmam que foi acertado entre os três envolvidos o pagamento de propina de US$ 25 milhões para que outro navio-sonda com operação do estaleiro Samsung Heavy fosse contratado para operar no Golfo do México. O valor do contrato era de R$ 616 milhões.
A defesa de Fernando Soares alega que o empresário nunca fez negócios ilícitos com a Petrobras. Cerveró afirmou em depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras que não recebeu propina e que desconhece qualquer esquema de corrupção na estatal. Júlio de Camargo foi um dos primeiros investigados a delatar os desvios na Petrobras.
Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF) no Paraná denunciou 36 pessoas investigadas na sétima fase da Operação Lava Jato.
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